A discussão sobre o que aconteceu em Pedrogão Grande corre o risco de se tornar idêntica à discussão de todos os verões a propósito dos mortos na estrada. Isto é, confrontam-se os que acham que a culpa é do excesso de velocidade, do mau estado das estradas ou do álcool e cada um fica na sua a aguardar o próximo verão para recomeçar a defender o seu ponto de vista. Porém ignora-se sobranceiramente que todos estes fatores contribuem para a sinistralidade e como é que alguns países (por exemplo a Austrália) conseguiram reduzir drasticamente a sinistralidade.
No caso dos incêndios o debate é sobre a sua prevenção e o seu combate. Na verdade, não é necessário escolher entre prevenção e combate porque precisamos de ambos!
No entanto, boa parte dos ditos especialistas nacionais de ambos os lados do debate estão inquinados por "lirismos" e "interesses" nas respetivas soluções.
Se nas Universidades já aceitamos que a sua avaliação seja internacional, porque é que não fazemos o mesmo nos incêndios. O que precisamos é de um estudo imparcial, comparativo com países de clima semelhante, sobre os meios que utilizamos e os resultados que obtemos.
Só com análises independentes e sérias podemos encontrar o equilíbrio adequado entre prevenção e combate aos incêndios.
Concentremo-nos por ora na solidariedade com as vitimas, mas sem deixar de exigir aos responsáveis políticos um estudo rigoroso sobre as causas desta tragédia.
Monday 19 June 2017
Incêndios: Culpas e desculpas
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