Questionário

Saturday, 27 September 2025

A Tentação Radical: Porque os Extremistas Seduzem e os Moderados Aborrecem

(Nota tradução não revista do ChatGPT). Resumo Os radicais são fascinantes porque são absurdos. À esquerda ou à direita, transformam a inveja em justiça, o ressentimento em destino e a vingança em teatro político. São hipócritas, românticos, bajuladores e oportunistas — e muito mais divertidos de observar do que os moderados, que mantêm as luzes acesas e o pão nas prateleiras, mas que não conseguem competir em termos de paixão. Este ensaio explora porque é que os extremos seduzem, em que diferem e porque é que os reformadores aborrecidos continuam a ser a única esperança da civilização, mesmo que nunca venham a ganhar a guerra do marketing. Introdução Lucy Kellaway disse um dia que gostava de escrever sobre negócios porque havia “um fornecimento inesgotável de homens pomposos de quem gozar.” Se virasse a sua caneta para a política, encontraria a mesma fonte inesgotável nas fileiras dos radicais — aqueles que nos prometem salvação, à esquerda ou à direita, desde que entreguemos a paciência e o sentido de proporção. O problema dos radicais não é apenas estarem muitas vezes errados, mas serem tão diabolicamente interessantes. Os moderados estão certos mais vezes, mas certos da mesma forma que um dentista tem razão sobre o fio dental: certo, útil e mortalmente aborrecido. É por isso que os jovens, sobretudo os mais inquietos, caem nos braços dos radicais. Não é por terem lido Marx ou Spengler com atenção. Não é por compreenderem multiplicadores fiscais ou hegemonia cultural. É porque os radicais fazem-nos sentir qualquer coisa. Transformam o tédio em pertença, a inveja em retidão moral, o ressentimento em superioridade. São o perfil do Tinder que grita “tudo ou nada”, enquanto a moderação murmura “logo se vê”. Radicais de Esquerda: Abraçar os Oprimidos Sentados no Café A posição do radical de esquerda resume-se a uma frase que ouvi num plenário estudantil: “Temos de destruir tudo e construir um mundo mais justo.” Ninguém perguntou o que é que se comeria enquanto o mundo estava a ser destruído. Ninguém perguntou quem mandaria na construção, ou que qualificações teria para além da indignação. O lado positivo dos radicais de esquerda é irresistível. Defendem a igualdade, a solidariedade, a dignidade. Lutam contra a injustiça e insistem que os pobres também são pessoas. Prometem liberdade em relação aos patrões, senhorios e banqueiros. O lado negativo é igualmente irresistível: são dogmáticos, ingénuos e caóticos. Fetichizam a revolução, mas não conseguem gerir uma padaria sem racionamentos. Falam contra o privilégio enquanto sondam apartamentos em Lisboa ou Berlim. Afirmam rejeitar a tradição, mas são curiosamente tradicionais nas querelas sectárias. O próprio Lenine notou a “doença infantil” da esquerda, e não melhorou muito desde então. Mas estes defeitos não são acidentes, são características. Ser radical de esquerda é viver num estado permanente de indignação — e indignar-se é excitante. Dá ao jovem a superioridade moral sem o incómodo de pagar a hipoteca. Radicais de Direita: Abraçar a Nação de Uniforme Os radicais de direita estão menos interessados em destruir do que em polir. Para eles, o problema não é a riqueza em si, mas a riqueza que não ostenta a bandeirinha certa. Bajulam os fortes: o líder, o exército, a pátria. Falam de ordem, tradição, lealdade. Prometem restaurar uma idade de ouro que nunca existiu fora dos postais a sépia. O lado positivo também seduz: honra, coragem, valores familiares, unidade, orgulho. Quem não gostaria de um pouco disto? O lado negativo, previsível: intolerância, agressividade, autoritarismo, paranoia. Procuram bodes expiatórios, punem, sonham com a pureza. Os jovens que os seguem não são todos fetichistas da bota cardada. Muitos estão simplesmente com medo. Medo de ver as famílias a descer na escala social. Medo da globalização. Medo da mudança. Para eles, os uniformes e os rituais são reconfortantes, como pertencer a um escutismo demasiado sério. O Cocktail Inveja–Ressentimento–Vingança O que une as duas tribos é a química emocional: inveja dos que têm mais, ressentimento por estarem de fora, sede de vingança. A diferença é apenas de direção. Os radicais de esquerda apontam a fúria para cima, contra os ricos; os radicais de direita apontam-na para fora, contra estrangeiros e “traidores.” Ambos fazem os jovens sentirem-se heróis na sua própria peça moral. O moderado não oferece nada disto. Diz: “Vamos examinar as provas. Vamos deliberar. Vamos comprometer-nos.” É como oferecer água morna numa festa onde todos servem flaming sambucas. E é por isso que o extremismo terá sempre o melhor departamento de marketing. Riqueza, Poder e Outros Fetiches Os radicais definem-se pela sua relação com a riqueza e o poder. Para a esquerda, são a mesma coisa — duas faces da mesma moeda suja. A riqueza é poder e, portanto, deve ser apreendida, redistribuída ou eliminada. O banqueiro e o senhorio não são apenas vizinhos irritantes, são a própria encarnação da opressão. Para a direita, riqueza e poder não são a mesma coisa. O poder pertence à nação, à cultura, ao líder. A riqueza é aceitável desde que faça continência. O empresário pode ser rico, mas a menos que financie paradas patrióticas ou construa tanques, é suspeito. Foi por isso que os fascistas permitiram que os industriais continuassem ricos, desde que beijassem as botas certas e mantivessem o aço a fluir. Os moderados, criaturas aborrecidas como são, vêem riqueza e poder como por vezes relacionados, por vezes não, e sempre sujeitos a chatos controlos institucionais. Bocejo. Família, Casamento e a Mesa de Cabeceira Se a riqueza é onde os radicais discutem macroeconomia, a família é onde discutem a mesa de cabeceira. Os radicais de esquerda vêem a família como um microestado feudal: patriarcal, opressivo, burguês. Imaginam comunas em que as crianças são criadas coletivamente e o casamento é voluntário, igualitário e de preferência reinventado de década em década. Falam pomposamente em “libertação das estruturas tradicionais” enquanto telefonam secretamente às mães para pedir conselhos sobre a roupa. Os radicais de direita, pelo contrário, tratam a família como sagrada. A família é a fortaleza da tradição, a correia de transmissão de valores, a escola da lealdade. O casamento é o cimento, de preferência heterossexual, permanente e abençoado pela igreja ou pelo Estado. Falam com olhos marejados em “valores familiares” mesmo quando os líderes são apanhados com amantes ou pior. Os moderados, outra vez, estragam a festa. Dizem que as pessoas devem casar-se ou não como entenderem, que as famílias assumem diferentes formas, que a lei deve adaptar-se. Certo, sim, mas nada inspirador. A Grande Bajulação Todo o radical tem de bajular alguém. Os radicais de esquerda bajulam os oprimidos. Elogiam trabalhadores, camponeses, minorias — mesmo quando estes grupos estão ausentes do jantar em questão. Também bajulam a teoria — os avôs intelectuais cujos nomes aparecem em cada cartaz de protesto. Marx, Lenine, Gramsci, Foucault. Um radical de esquerda devidamente treinado cita-os a todos, muitas vezes sem passar da página três. Os radicais de direita bajulam a força. Elogiam o líder, a pátria, o uniforme, a bandeira. O seu discurso é uma longa ovação de pé à autoridade. Competem em concursos de pureza: quem é o mais patriota, o mais leal, o mais impiedoso para com os inimigos. Ambos são exaustivos na sua bajulação, embora em direções diferentes. Sexo e a Vantagem Radical Há também a questão do sexo, raramente mencionada nas análises educadas da política, mas que explica muito mais do que os gráficos do PIB. O radical de esquerda, com os seus slogans sobre libertação, costuma sair-se bem. Comunas e acampamentos de protesto são terreno fértil não só para a revolução, mas também para o romance. A libertação sexual sempre fez parte do marketing: se rejeitamos o casamento, podemos experimentar livremente. “Amor livre” é uma bandeira que atraiu mais jovens do que “redistribuição do capital” alguma vez conseguirá. O radical de direita, embora envolto em castidade e valores familiares, também não é celibatário. Os uniformes marciais, a disciplina e as demonstrações de força são inegavelmente sexys para alguns. Lealdade e domínio têm a sua própria carga erótica. Enquanto os radicais de esquerda perseguem o desejo pregando a libertação, os radicais de direita perseguem-no encenando a autoridade. Moderados? Bem, também fazem sexo, mas ninguém quer ler sobre isso. Revolução vs Restauração: A Questão da Máquina do Tempo Tudo isto resume-se a uma última divisão: quer avançar ou recuar? Os radicais de esquerda querem revolução — avançar para o desconhecido, onde as velhas estruturas são destruídas e algo novo, mais justo e reluzente é construído no seu lugar. É uma máquina do tempo que só anda para a frente, mesmo que o combustível seja sangue e escombros. Os radicais de direita querem restauração. Querem purgar a decadência e regressar a uma idade de ouro que talvez nunca tenha existido, mas que fica bem em cartazes. A sua máquina do tempo anda para trás, movida a nostalgia e ressentimento. Os moderados, entretanto, preferem ficar exatamente onde estamos, com ligeiras melhorias. Querem que a máquina do tempo avance em incrementos tão pequenos que mal se notam. Sensato, seguro — e catastrófica e irremediavelmente pouco sexy. Porque os Extremos Vencem a Moderação Os extremos são apelativos pela mesma razão que o açúcar vende mais do que os espinafres. São simples, doces e de gratificação imediata. A moderação é brócolos: virtuosa, nutritiva, mas sem brilho no Instagram. Os extremos oferecem clareza. A esquerda diz: ricos maus, pobres bons. A direita diz: estrangeiros maus, cidadãos leais bons. Ambos transformam a complexidade confusa da vida num livro infantil. A moderação, em contraste, insiste na nuance: às vezes os ricos são úteis, às vezes os estrangeiros contribuem, às vezes ambos estão errados. Está certo, mas é esmagadoramente aborrecido. Os extremos oferecem paixão. Os radicais ardem em fogo justo, gritam, marcham, denunciam. Os moderados arrastam-se a falar de “processos de consulta” e “envolvimento de stakeholders.” Se tem 19 anos, um soa a destino, o outro a workshop de RH. Os extremos oferecem pertença. O grupo radical é uma família substituta, com rituais, uniformes e uma intoxicante dinâmica nós-contra-eles. A moderação oferece julgamento individual e pluralismo, que são coisas boas mas parecem solitárias quando se é jovem e se anseia por pertença. Os extremos também oferecem pureza. Os moderados aceitam compromisso; os radicais rejeitam-no. Para a esquerda, o compromisso é traição aos oprimidos. Para a direita, é traição à nação. Ambos são excitantes porque libertam da tarefa suja da negociação. A moderação sabe que o compromisso é necessário, mas “compromisso necessário” nunca foi bom slogan. O Cocktail Inveja, Ressentimento e Vingança (Revisitado) Se retirarmos os slogans, o que alimenta o radicalismo não é filosofia mas psicologia. Inveja dos que parecem ter mais. Ressentimento por ser ignorado ou substituído. Vingança contra os culpados da injustiça ou do declínio. A esquerda dirige este cocktail para cima: contra os ricos, a classe dominante, os senhorios. A direita dirige-o para fora: contra estrangeiros, minorias, elites cosmopolitas. Os moderados não o dirigem para lado nenhum, e ficam a beber em silêncio. Esta carga emocional é o que torna o radicalismo tão magnético para a juventude. Transforma a inveja mesquinha em papel heróico. Já não tem inveja do BMW do vizinho; é um revolucionário a lutar contra a exploração capitalista. Já não guarda ressentimento dos imigrantes que concorrem ao mesmo emprego; é um defensor da nação. Seja qual for o caso, as suas mágoas são elevadas a destino. A moderação não oferece alquimia alguma. Apenas diz para acalmar, trabalhar e aceitar a imperfeição. Pode ser bom conselho, mas não inspira cânticos de rua. Educação: A Única Esperança (Ainda Assim Remota) Se há forma de tornar a moderação mais apelativa, é através da educação. Não a seca que afoga alunos em notas de rodapé, mas a que transforma a moderação numa história de coragem. A educação deve ensinar a complexidade sem paralisar. Treinar mentes jovens a apreciar a ambiguidade, a reconhecer que a verdade surge em gradações e não em absolutos. Deve apresentar heróis da moderação — Gandhi com a sua marcha do sal, Mandela com as reconciliações — como pessoas que alcançaram mudança sem cair no extremismo. Deve também dar aos alunos um sentido de pertença no pluralismo. Ser moderado deve soar a integrar-se numa equipa nobre, não a ficar de fora da festa. Rituais cívicos, projetos comunitários e vitórias visíveis da reforma são essenciais. Mais importante, a educação deve redefinir compromisso não como cobardia, mas como heroísmo. Deve mostrar que dizer “não” aos extremos é mais corajoso do que gritar “sim” a tudo. Que paciência é mais difícil do que raiva. Que contenção não é aborrecida, mas a única coisa que impede o colapso. É uma tarefa ingrata. As escolas e universidades concorrem com movimentos radicais que são mais sexy, mais barulhentos e infinitamente melhores no TikTok. Hipocrisia: O Direito de Nascimento Radical Todo o radical reclama pureza, mas a hipocrisia é o seu direito de nascença. Os radicais de esquerda pregam igualdade enquanto os seus líderes vivem em dachas ou se sentam em cafés de Paris a discursar sobre o proletariado. Condenam o privilégio enquanto cultivam o seu — cartões de partido, bolsas de estudo, cargos académicos. Os mais famosos radicais de esquerda do século XX — Lenine, Mao, Castro — viveram vidas bem pouco igualitárias depois de tomarem o poder. Os radicais de direita pregam valores familiares enquanto os líderes acumulam amantes, contas offshore e fortunas ilícitas. Exigem lealdade enquanto traem as suas próprias leis. Alegam defender a tradição, mas as tradições que mais cultivam são as da corrupção e da brutalidade. Os moderados também são hipócritas, claro — mas de forma aborrecida. A sua hipocrisia é não reciclar devidamente enquanto pregam sustentabilidade, ou inflacionar despesas enquanto pedem disciplina orçamental. Ninguém escreve romances sobre isto. A hipocrisia não é um defeito do radicalismo, mas uma característica. É a distância entre a retórica de pureza e a realidade do desejo humano. Sem essa distância não haveria drama, e sem drama não haveria radicalismo. Verdade: Questão de Marketing Os radicais de esquerda gostam de chamar “científicas” às suas doutrinas. O marxismo afirmava ser uma ciência da história, como se a luta de classes fosse física newtoniana. A verdade era definida como tudo o que avançasse a revolução. Factos incómodos eram rebatizados como falsa consciência ou propaganda burguesa. Os radicais de direita tratam a verdade como mito. Insistem em verdades nacionais, culturais, do líder. Se a história não encaixa, inventam-na. Se os factos contradizem, ignoram-nos. A verdade é o que mantém a tribo unida. Os moderados vêm a verdade como empírica e provisória: os factos importam, mas nunca são finais. É a verdade enfadonha das estatísticas, dos tribunais, dos estudos revistos por pares. Correta, mas impossível de vender. Experimente pôr “intervalos de confiança” num cartaz. Justiça: Redistributiva vs. Retributiva Para a esquerda, justiça significa redistribuição — não apenas de dinheiro, mas de dignidade e poder. Mede-se por quanto a desigualdade é reduzida, por quanto a opressão é derrubada. Para a direita, justiça significa retribuição — lealdade recompensada, traição punida, inimigos esmagados. Mede-se não pela igualdade, mas pela pureza e pela ordem. Os moderados vêem justiça como devido processo: julgamentos, regras, direitos. Moralmente decente, mas dramaticamente inerte. Ver um julgamento justo nunca é tão entusiasmante como ver um expurgo ou uma revolução, mesmo que o julgamento faça mais bem. Guerra: O Teatro Radical Os radicais prosperam com a guerra, mesmo quando afirmam odiá-la. Para a esquerda, a guerra é luta de classes, libertação anti-imperialista, o povo a erguer-se contra tiranos. A violência é lamentável, mas necessária, como arrancar um dente. Para a direita, a guerra é glória em si mesma. É defesa da pátria, da fé, da cultura. É prova de coragem, unidade, virilidade. Uniformes, desfiles, sacrifícios — todos rituais intoxicantes. Os moderados, entretanto, enviam diplomatas. Sensato, mas nada sexy. Dualidade: Nós e Eles A visão radical do mundo é sempre dual. Para a esquerda, é opressores contra oprimidos, capital contra trabalho, reacionários contrarrevolucionários. Para a direita, é de dentro contra de fora, leal contra desleal, puro contra corrupto. Os moderados recusam a dualidade. Dizem que a vida é um espectro, as pessoas são complexas, as situações são mistas. Correto, mas insatisfatório. Os humanos anseiam por histórias de bem e mal; os moderados oferecem diapositivos de PowerPoint. Porque a Moderação Importa (Mesmo Perdendo o Concurso de Beleza) Depois disto tudo, pode perguntar-se porque é que alguém continua moderado. A resposta é simples: sobrevivência. Os extremos tornam a vida inviável. Acabam em racionamentos, expurgos, censura ou guerra. Os moderados mantêm os comboios a andar, as luzes acesas e os tribunais abertos. A moderação não é glamorosa, mas é o que permite comprar pão sem fazer fila durante horas ou criticar o governo sem desaparecer à meia-noite. Não é excitante, mas é a linha ténue entre civilização e colapso. Epílogo: Estranhos Companheiros no Século XXI Se a divisão entre esquerda e direita alguma vez pareceu arrumadinha no papel, o presente tratou de a rasgar com gosto. Os movimentos de hoje misturam-se como adolescentes numa loja de roupa em segunda mão. Os comunistas de ontem abraçam o capitalismo de compadrio, os conservadores de ontem flertam com o populismo, e os socialistas de ontem recuperam teorias da conspiração diretamente de panfletos nazis. Ex-Comunistas Capitalistas de Compadrio Os herdeiros de Marx no Leste europeu agora fazem negócios com oligarcas e conduzem carros alemães. A China, que ainda se chama comunista, dirige uma economia capitalista implacável, com o Partido a arrecadar os lucros. A riqueza, outrora inimiga, tornou-se o lubrificante do poder. O igualitarismo revolucionário virou-se do avesso — os mesmos slogans, mas carteiras novas. Populismo à MAGA À direita, o MAGA é uma curiosa mistura. Ataca as elites globais (uma nota roubada à esquerda) enquanto se cobre de folclore nacionalista (pura direita). A sua promessa não é revolução, mas restauração: um regresso a fábricas, fronteiras e tempos mais simples que provavelmente nunca existiram. Os comícios, os cânticos, os bodes expiatórios: tudo teatro conhecido, apenas com bonés vermelhos em vez de camisas castanhas. Antissemitismo e Nazi-Islamismo na Esquerda Mais bizarro ainda é o desvio de partes da esquerda radical para o antissemitismo. Outrora domínio da extrema-direita, reaparece agora sob a bandeira do “anti-imperialismo.” Neste guião distorcido, os judeus tornam-se os novos opressores capitalistas e Israel o vilão imperial. Isto produziu alianças impensáveis com islamistas radicais cujos valores sobre mulheres, família e autoridade são tudo o que a esquerda jurou combater. Mas o ódio cria camas partilhadas onde a filosofia nunca criaria. O Desfocar da Divisão A lição é óbvia: os radicais não estão no negócio da política, mas da paixão. As etiquetas mudam, os inimigos baralham-se, mas a receita emocional é a mesma: inveja, ressentimento, vingança e a promessa intoxicante de pureza. Os moderados, claro, ficam a apanhar os cacos e a remendar instituições com fita-cola. É trabalho ingrato e sem glória. Mas mantém as luzes acesas e o pão nas prateleiras. E esse, no fim, é o verdadeiro presente dos radicais: sem a sua absurdidade, talvez nunca déssemos conta de como a monotonia pode ser milagrosa.

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