A família constitui a unidade básica de qualquer sociedade. Os laços familiares resultam da transmissão genética à nascença e da coabitação até à idade adulta, mas perduram até à morte. São por isso mais fortes do que os laços que nos ligam aos vizinhos, amigos, tribo, nação ou religião. A estabilidade desses laços é um fator essencial no desenvolvimento humano em todas as sociedades.
No entanto, as famílias podem ser mais ou menos alargadas e liberais. Nas sociedades economicamente avançadas as famílias são cada vez menos numerosas e mais independentes materialmente. Esta maior independência relativamente à família tem custos e benefícios que devem ser bem ponderados.
Por exemplo, nos casos extremos das famílias monoparentais é muito mais difícil conseguir o equilíbrio necessário para o desenvolvimento harmonioso das crianças. De igual modo, a substituição das responsabilidades familiares pela responsabilidade dos serviços socias estatais ou voluntários, embora necessária em certos casos, não pode substituir o amor de uma verdadeira família.
Na verdade, múltiplos estudos têm demonstrado que laços familiares fortes contribuem mais do que o dinheiro para a felicidade humana.
Porém, os fortes laços familiares não podem ser considerados como um valor adquirido. Tal como uma planta, têm de ser irrigados, nomeadamente através da gestão do tempo em família no dia a dia e nas ocasiões sociais. Hoje, a maior mobilidade e comunicabilidade facilita as relações familiares mas também tem o efeito contrário de as diminuir através de solicitações concorrentes e da ausência de contato físico.
Particularmente preocupante é a preservação dos laços familiares com os mais idosos, que hoje vivem muito mais anos e uma parte deles em situação de debilidade. Para combater o seu isolamento é indispensável que os laços familiares sejam cultivados desde a nascença até à morte, independentemente da natureza e da extensão da família.
Todos os aspetos enumerados têm de ser equacionados com ponderação e amor, não podendo ser tratados de forma dogmática ou com frieza. Por isso, uma direita moderna e progressiva deve:
7.1 Proteger a família nas suas múltiplas formas, sem discriminação.
7.2 Defender a igualdade no casamento e repudiar supremacias patriarcais ou matriarcais.
7.3 Evitar confundir o respeito e tolerância por minorias comportamentais (e.g. LGBT e outras) com a sua promoção que contribue para a dissolução da família.
7.4 Desincentivar, sem proibir, os divórcios.
7.5 Garantir o reconhecimento e o acesso dos filhos a ambos os pais.
7.6 Valorizar a responsabilidade e o papel fundamental da família na educação das crianças.
7.7 Desincentivar a institucionalização dos idosos, apoiando o papel da família no seu cuidado.
7.8 Restringir com rigor, mas sem proibir totalmente, as práticas de aborto e eutanásia.
7.9 Apoiar as políticas que promovam um melhor equilíbrio entre o trabalho e a família.
7.10 Apoiar e promover políticas de apoio materno-infantil.
Friday, 14 June 2019
Por uma direita moderna: 7 – Valorizar a família, como base indispensável à felicidade humana
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