Ontem as televisões Portugueses, num exemplo típico de mau jornalismo, entrevistaram quatro bilionários Portugueses sobre a iniciativa dos bilionários Franceses que propuseram um imposto extraordinário sobre as suas fortunas para ajudar o país a sair da crise e concluíram (pasme-se…) que os milionários Portugueses estavam divididos sobre a questão com base em declarações de Américo Amorim que terá dito: “Eu não me considero rico, eu sou um trabalhador”.
Seguiram-se-lhe declarações de dirigentes sindicais e de dirigentes do Bloco de Esquerda indignados por o homem mais rico de Portugal se ter considerado um trabalhador.
Ora não existe qualquer relação entre uma situação e a outra. Há ricos que trabalham e outros não, assim como há pobres que trabalham e outros não. Na sociedade nós temos pessoas que gostam sobretudo de trabalhar, outras que gostam apenas de gastar, outros que desejam ostentar os seus gastos supérfluos e ainda alguns que tanto gostam de ganhar como de gastar.
Em muitos países acontece que os detentores das maiores fortunas são precisamente aqueles que mais gostam de trabalhar e de viver modestamente. Nos Estados Unidos entre os exemplos destacados deste tipo de personalidades temos os casos de Bill Gates e Warren Buffett. Também em Portugal, os empresários que acumularam as maiores fortunas – Américo Amorim, Belmiro de Azevedo e Soares dos Santos – são do tipo trabalhadores e poupadinhos.
É evidente que existem diferenças na forma como cada um deles se relaciona com a sociedade e os cronistas sociais, mas isso são questões de estilo pessoal. Enquanto Belmiro de Azevedo tem dedicado uma parte significativa do seu tempo a promover a educação dos jovens quadros e Soares dos Santos criou uma fundação com fins culturais, Américo Amorim tem mantido um “low-profile” em matéria de intervenção pública talvez porque tem mais negócios em indústrias sujeitas a regulação.
O estereótipo segundo o qual um capitalista é uma pessoa de lazer, que vive de rendas, e que considera o trabalho como algo indigno do seu estatuto que deve ser deixado aos subalternos está tão ultrapassado como a ideia que um dirigente sindical é necessariamente um operário.
Com que direito um dirigente sindical que passa o dia em reuniões e manifestações se considera a si próprio trabalhador enquanto chama parasita a um empresário que tem de coordenar centenas de empresas que empregam milhares de trabalhadores? No fim do dia qual deles contribuiu mais para a riqueza da sociedade?
Em suma, a tributação ou não do património não deve ter como objectivo castigar os ricos; quer estes optem por uma vida de lazer ou de trabalho.
Thursday, 25 August 2011
Américo Amorim, Trabalhador e Bilionário!
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